domingo, 22 de janeiro de 2012

Trégua de 25 de Dezembro

A incrível trégua não oficial em 25 de Dezembro de 1914: Foram ouvidos cânticos de Natal, cantados em alemão. Os ingleses responderam, em alguns lugares, com seus próprios cânticos. Aqueles soldados alemães que falavam inglês então gritaram votos de Feliz Natal para “Tommy” (o nome popular dos alemães para o soldado britânico); saudações similares foram retribuídas da mesma maneira para "Fritz".

Em algumas áreas, soldados alemães convidaram “Tommy” para avançar pela “Terra de Ninguém” e visitar os mesmos oponentes alemães que eles estavam tão absortos em matar poucas horas antes. Edward Hulse, um tenente dos Scots Guards, com 25 anos de idade, escreveu no diário de guerra do seu batalhão: "Nós iniciamos conversações com os alemães, que estavam ansiosos para conseguir um armistício durante o Natal. Um batedor chamado F. Murker foi ao encontro de uma patrulha alemã e recebeu uma garrafa de uísque e alguns cigarros e uma mensagem foi enviada por ele, dizendo que se nós não atirássemos neles, eles não atirariam em nós”. Consequentemente, as armas daquele setor ficaram silenciosas aquela noite. 
Cruz deixada próxima de Ypres, Bélgica (1999) para comemorar a Trégua de Natal de 1914
Existiram visitas trocadas entre as forças aliadas (incluindo algumas francesas e belgas) e os inimigos alemães. Tais visitas não estavam restritas aos soldados rasos somente: em algumas ocasiões, o contato inicial foi feito entre oficiais, que definiram em conjunto os termos da trégua.

Estes termos normalmente permitiam o enterro das tropas de cada lado que jaziam ao longo da “Terra de Ninguém”, alguns mortos há apenas uns dias, enquanto outros haviam esperado meses pela dignidade de um funeral – todos, porém, tiveram que ser deixados onde haviam caído, pois metralhadoras cobriam o local onde eles jaziam na desolação entre as trincheiras opostas. 

O mais notável de tudo foi, talvez, a história da partida de futebol entre o regimento inglês de Bedfordshire e as tropas alemãs (alegadamente vencido por 3-2 pelos últimos). O jogo foi interrompido quando a bola foi murchada após atingir um emaranhado de arame farpado. Em muitos setores a trégua durou até a meia-noite de Natal; enquanto em outros durou até o primeiro dia do ano seguinte.
Militares britânicos e alemães se encontram na "terra de ninguém" durante a Trégua de Natal
Notável este espírito de natal, não o habitual comercial, o genuino de paz, concordia e harmonia. Aflorou o espirito do homem comum que não criou esta guerra, mas tem de dar o corpo às balas, como em todas as guerras, ficando as "elites" a decidir as vidas de milhares, milhões de pessoas, o destino de países, continentes e do Mundo. 


Como é possível confraternizar com quem se tentava matar e se irá tentar mais tarde, não parece real. Mas uma lição para todos, realçando o valor que se deve atribuir a uma época, ao valor da vida humana e das suas relações. 


Não mais se repetiu esta trégua nos restantes anos de guerra, pois este episódio melindrou muitos superiores hierárquicos, que agendaram generosas batalhas e bombardeamentos de artilharia para os seguintes 24 de Dezembro.


"A guerra é uma invenção da mente humana; e a mente humana também pode inventar a paz."
Winston Churchill
"A guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios."
Karl von Clausewitz

sábado, 19 de novembro de 2011

Para ti M...

Para ti, que não podes ler, porque não sabes e ganharás alguns anos até poderes aprender. Situação complexa, incomum, não convidada e muito inconveniente. Uma prova de vida para quem te acompanha, a tua família. 

A dor, incómodo, sofrimento intenso muito presente apesar dos analgésicos. Penoso assistir, ainda mais penoso a perspectiva do crescimento ser acompanhado por estas "chagas", da visão de um evoluir com crescente consciencialização da própria condição e do sofrimento que ela oferece. Uma verdadeira cruz no presente e potencialmente maior no futuro. 

O curso da evolução é incerta, resta esperar o melhor, que o problema esteja minimizado, que daqui a uns anos tenha sido só um mau começo, umas recordações distantes a preto e branco quase esquecidas. No limbo da incerteza entre o abismo de tormentas e a luz da normalidade tranquila emerge a vontade, a força e a esperança de quem te acompanha para te ver sólida, forte e a melhor equilibrista nessa corda de indefinição. 

"Em todas as lágrimas há uma esperança." 
Simone de Beauvoir 

sábado, 12 de novembro de 2011

Contrariedades

Existe sempre uma ou algumas ideias, pensamentos, planos, situações complexas ou simples, quotidianas que merecem ser o foco da nossa atenção. São aquelas pequenas coisas boas ou más que pensamos várias vezes ao dia, na expectativa de resolução ou apenas cheguem rapidamente, que corram bem.

Cria alguma preocupação, solidariedade, empatia, ver pessoas que conheço que se confrontam com problemas sérios. Imagino e tento compreender como deve ser difícil esse caminho. Naturalmente (e ainda bem como sistema de defesa) é impossível interiorizar a dimensão do temor, receio, sofrimento e expectativas,  provocados por certas contrariedades que a  vida teima em apresentar. Como deve ser penoso ter que percorrer alguns trilhos sinuosos, assim como, para que é próximo a essas pessoas, além de vivenciarem essa expiação, têm de  reunir forças para dar apoio, depois de descobrirem como o fazer. 

Contrariedades quotidianas frequentes como o dia e a noite, pequenas adversidades, necessárias à construção da vida. São as grandes contrariedades, situações limite, existenciais, complexas que não estão descritas, nem estipuladas como as resolver ou que resultado e consequências irão acarretar, que colocam as pessoas numa luta gigante e que não pediram. Confrontam-nos de maneira desigual, por vezes brutal, trazendo ideias, perspectivas e sentimentos movediços, colocando cada um à prova da maneira mais bárbara. Uma prova que todos queremos que nunca exista, para a qual ninguém foi preparado.

"A adversidade põe à prova os espíritos."
William Shakespeare

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

É complexo o ser humano, sabemos disso há muito, e até pela nossa própria convivência connosco. É inevitável socializar e interagir. A avalancha de relações e contactos humanos ao longo da vida, produz uma multiplicidade variada de resultados. 

De algum modo, há medida que vamos comunicando, conhecendo, criando amizade e em alguns  casos, raízes, estabelecemos um conceito mental de determinada pessoa, da sua maneira de pensar, sentir e agir. É uma maneira de organização para os contactos sociais, para saber como se posicionar, estar e interagir com determinada pessoa num certo contexto, apresentando boa fiabilidade. 

Porém, com alguma frequência "comportamentos desviantes dos padronizados" ocorrem, causando surpresa. Talvez, porque as pessoas foram indevidamente avaliadas e etiquetadas nos enquadramentos mentais, ou, com maior grau de certeza, a explicação reside na natureza humana: imprevisível e capaz de tudo. Capaz de coisas boas, altruístas, enormes e incríveis. Paradoxalmente, hábil, também, para cometer as mais penosas atrocidades, injustiças e sofrimentos. Nestas surpresas o pendor tende mais para as desagradáveis. 

Em grupo, em especial  em contexto laboral, há virtudes e qualidades perversas que emergem à tona do quotidiano. Não são precisas muitas pessoas com esses defeitos, que na verdade são mesmo qualidades (perversas), já que atingem um nível de maldade muito intenso, para transtornar e dificultar o desempenho dos outros. Esses elementos talentosos e perigosos, habitualmente planeiam e atacam em grupo, dirigindo a sua acção para outros grupos "rivais" ou para elementos em particular, que a maioria das vezes não merece a "agressão" gentilmente oferecida. É complexo o ser humano. 


"Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.
Confúcio 

sábado, 22 de outubro de 2011

Difícil de Acreditar



13 de Outubro. Numa rua de Foshan, na China, uma menina de dois anos chamada Yue Yue tinha saído da loja dos pais sem estes darem conta.
O que se passou a seguir foi captado por uma câmara de segurança.
O vídeo: vemo-la deambulando pela estrada, sozinha, sem se aperceber do enorme perigo que corre. Porque é um vídeo visto já por milhões e falado em dezenas de publicações em todo o mundo, adivinhamos o que está prestes a acontecer.
Uma carrinha branca aproxima-se e atropela-a. A roda dianteira passa por cima do corpo da criança e o condutor imobiliza a viatura.
O que esperamos que aconteça, perante este atropelamento registado por uma câmara de segurança, é que o condutor saia do carro e socorra a criança.
Não é isso que acontece. O condutor não chega a sair do carro. Em vez disso, volta a arrancar com o veículo, passando lentamente por cima do corpo da menina, desta vez com a roda traseira. A menina fica estendida no chão, inconsciente, esvaída em sangue.
O que esperamos que aconteça, perante este segundo atropelamento, é que alguém passe pela rua e socorra a criança.
Não é isso que acontece. Três pessoas passam, olham e seguem em frente como se aquele ser humano fosse um cão vadio atropelado. Enquanto o nosso cérebro tenta processar esta desumana indiferença, um segundo carro aproxima-se. O condutor não dá pela menina estendida no asfalto e a criança é atropelada pela segunda vez.
O que esperamos que aconteça, perante este horror, é que alguém passe e acabe por socorrê-la. Talvez ainda possa ser salva.
Não é isso que acontece. Passam mais duas, três, quatro, cinco, dez, doze pessoas, dezoito ao todo, e ninguém mexe uma palha para retirar o corpo do meio da estrada, muito menos levá-la a um hospital.

A décima nona pessoa

Chen Xianmei, 57 anos, empregada de limpeza, repara na criança quando despeja o lixo e carrega-a para fora da estrada enquanto grita por ajuda. Chen é a décima nona pessoa. Tinham passado sete minutos. É então que chega a mãe para levar a filha ao hospital.
Chegou em estado de coma. Só um reflexo a estímulos de dor impediu os médicos de declarar morte cerebral. Cinco dias depois, a criança morreu.
A consciência moral de uma grande parte dos chineses ficou ali naquela estrada suja e mal iluminada, afundada numa poça de sangue. A China pergunta porquê.
Grande parte dos transeuntes nega ter percebido o que se estava a passar. Alguns negam tê-la visto. Outros confessam-se: «Sinto-me arrependida, cheia de dor e culpa» – diz um deles, a mãe de uma criança de cinco anos. «Pensei que ela tinha caído numa brincadeira qualquer, não fazia ideia de que tinha sido atropelada por dois veículosEla sangrava do nariz e da boca, e chorava. Assustei-me, a minha filha assustou-se, e fugimos dali para fora.»
«Queria levantá-la, mas havia tanto sangue. Fiquei em pânico».
O condutor que a atropelou e voltou a atropelar, já detido pela polícia, tem também justificações a dar: «Se outra pessoa a tivesse atropelado também fugia. Se ela não estivesse no meio da estrada não a tinha atingido».
Há quem atribua esta reação de indiferença a um caso ocorrido em 2006 e que teve sérias repercussões no país: uma senhora caiu, um bom samaritano ajudou-a, levou-a ao hospital, a senhora processou-o, acusando-o de ter sido o causador da queda, o juiz decretou que só ele poderia, de facto, ter tido condições para ser o autor da queda, dada a proximidade da vítima, e condenou-o a uma pesada indemnização. É uma história verídica, mas dificilmente poderá explicar este caso.
Por isso, a China procura lavar uma consciência ensanguentada com o papel brilhante das notas.
Uma empresa ofereceu aos pais 50.000 yuan (pouco mais de 5,600 euros). Outra reuniu 500,000 (56,9 mil euros) para ser dividido entre a família da criança, a única mulher que a procurou ajudar, Chen Xianmei, e um fundo destinado a recompensar quem ajude os outros.
Chen Xianmei, a mulher do lixo, recusou a recompensa.
«Não o fiz por dinheiro».
Retirado de: http://bitaites.org/

domingo, 16 de outubro de 2011

Todos à Rasca

Já não é só uma geração que enfrenta grandes dificuldades, o país encaminha-se a passos largos para esse cenário. Naturalmente, tem de existir insatisfação e indignação, até ao momento parece bem pouca. Ontem, em Portugal e no resto do globo saiu à rua uma pitada de descontentamento e inconformidade temperada com ordem e serenidade. 


O controlo das políticas dos países não é só dominado pela classe política, mas também pelo crescente poder da alta finança, da especulação, dos mercados, dos credores, a serviço do lucro sem escrúpulos. 

É de esperar que todos se continuem a manifestar, com o progressivo degradar das condições de vida. Este é caminho, pois se todos estiverem acomodados há luz verde para que quem vai degradar esteja à vontade. Com a contestação, pelo menos, pensará duas vezes. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Época Medieval do Século XXI

"A actriz iraniana Marzie Vafamehrha foi condenada a um ano de prisão e 90 chicotadas pela sua participação no filme «Teherane Man Haray», que narra os problemas de uma jovem artista para viajar à Austrália".
Diário Digital (link)








Pensamos que época medieval já dista uns séculos dos nossos tempos. Com alguma regularidade, de terras distantes, surgem ecos de que ainda existem fogueiras intelectuais e tortura física, certamente concomitantes com a natural censura e controle dos meios de comunicação. Estes ingredientes juntos cozinham um apego inconsolável ao poder. Acresce ainda, a religião instrumentalizada a serviço da consolidação desse poder, ansiando por aprisioná-lo sobre o comando de um regime para envelhecerem juntos. Irradia da união do homem ofuscado em estar acima de tudo e o poder absoluto, o espartilho da sociedade, do indivíduo e sobretudo da liberdade. 

A mulher, em particular, num regime totalitário com extremos religiosos, é a vítima mais severamente atingida. Reprimidas, limitadas, controladas e subvalorizadas, com requintes que orbitam o ridículo e a estupidez. Sendo difícil de pensar nas nossas sociedades, que há muitos séculos também passaram por épocas semelhantes, sofrendo pesadamente, as consequências de poder excessivo combinado com extremismo religioso. 

São ecos, cada vez mais próximos, num planeta globalizado, ou bem próximos se atendermos à humanidade que nos conecta. 



terça-feira, 4 de outubro de 2011

SNS for Sale

"O Ministério da Saúde afirma que o valor das taxas moderadoras não vai ultrapassar um terço do preço pago pelo Serviço Nacional de Saúde por cada acto, mas sem adiantar o montante dos aumentos. Por outro lado, serão mais elevadas nos hospitais do que nos centros de saúde. No caso de uma urgência hospitalar, cujo valor pago pelo SNS é de cerca 150 euros, significa que a taxa moderadora andará sempre abaixo dos 50 euros, quando hoje é de 9,60 euros"                                                      Jornal de Notícias


     
                                                                                  
 Existe o risco de as taxas moderadoras subirem exponencialmente, sendo na verdade não para moderar, mas taxas para financiar. Considerando que será o primeiro passo, novos aumentos poderão existir. Haverá isenção para casais que aufiram menos 1248€, valor que no futuro, certamente, descerá. Será legitimo ao mortal e comum pagador de impostos, pensar se aliado à elevada carga de impostos, ainda tem de pagar uma parte significativa dos serviços de saúde do SNS a que recorre? Concluirá que a sobrecarga é incomportável e ilógica. Vai considerar recorrer ao sistema privado e/ou obter um seguro de saúde. Esta conclusão a que todos chegamos, foi o raciocínio de partida do Ministro Paulo Macedo. Deste modo, os alicerces da privatização SNS estão firmemente lançados. 

As seguradoras e prestadores de serviços a operar na saúde, irão aumentar o seu volume de negócios e margens de lucro, visando a pura lógica de mercado e enriquecimento. Quem tiver bom aporte financeiro terá a saúde que entender. As seguradoras irão cobrir alguns produtos/bens de saúde, dependendo do tipo de seguro e de custos implícitos. Não se pense que esses seguros serão vitalícios ou que serão muito alargados, pois no que diz respeito a despesas elevadas ou pesadas não haverá cobertura, como por exemplo transplantes, oncologia, diálise... Já para não falar de plafonds para internamentos e resistências em celebrar seguros de saúde conforme a idade se avoluma consideravelmente.

O Estado irá manter um SNS limitado, barato para fazer caridade aos excluídos e pobres, para maquilhar a realidade. 

Ainda estamos nos alicerces, a restante construção da "venda" do SNS vão passar-nos à frente (passivamente ou não).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Clandestino


A todos os clandestinos. A todos eles, que estão aprisionados no amor, na paixão, nas circunstâncias, na inquietude de seguir o coração ou o mais o seguro. A eles, que mesmo arranhados pela dificuldade e incerteza persistem firmes em busca do sonho, de melhor, de ser feliz. 


Muitos caminhos e ainda mais tortuosos existem para se chegar à felicidade. Lá chegando e sabendo disso, há que tirar partido, aproveitar o momento, a altura, que teima em querer ser breve. A constante é a busca de felicidade e não ela própria. A todos os tenazes clandestinos perseguidores desse estado raro, quase ilusório, a minha admiração.  


Ossos do Ofício



Apercebi-me, hoje, como se já não o soubesse, que existia uma réstia de sono, mesmo à tarde... Constatei, ainda, que de todos era o que menos cansaço e vontade de dormir tinha... Ossos do ofício. 


Penso que todos nós amamos o que fazemos e não reclamamos desses ossos, só observamos, constatamos, reflectimos, quando o acaso o proporciona. O trabalhar de manhã, à tarde, as noites, feriados, Sábados, Domingos, Natal e afins. Entra no nosso DNA profissional e replica-se para o DNA pessoal e infecta a "genética" social, familiar e afectiva. Pensamos, ou queremos pensar, que os nossos queridos "infectados" nos compreendem, nos apoiam e que entendem a "mutação" que a nossa profissão presenteia. 


Algo no caminho, os ossos do oficio, o cansaço, a distância dos nossos próximos. Tudo isto é colmatado ao olharmos como os colegas demonstram profissionalismo e força para ter bom desempenho, a vontade de resistir às adversidades. Cada colega é contagiado, inconscientemente, por essa motivação colectiva e pessoal de continuar e continuar bem, a fazer bem o seu trabalho, a relegar as dificuldades para o inconsciente. 


Talvez o equilíbrio seja possível, já que no inconsciente namoram a motivação e as contrariedades inerentes ao trabalho.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Do The Evolution




Comportamento da manada.
Fazer superficialmente e calmamente
quando a água está macia e dócil.
O momento é meu, egoísmo,
Poder sobre alguém,
Desigualdade, construir essa desigualdade
Como um culto pessoal do clone do nosso ego.  Loucura sábia e consciente
Do que é ser superior.
Consumir tudo, usar o poder até ao limite,
Satisfação pessoal acima de tudo.
Não quero saber, o que seja.
Comer, viver, destruir. Admira-me!
Mentir, roubar, desprezar.
Admira o meu sol, o meu festim!
Tudo descontrolado, caótico, sem recursos,
Da manada, cada um primeiro.
Mas quem quer saber.
Tudo meros peões entorpecidos 
De um ou dois maestros da manada.
It´s evolution baby!