terça-feira, 4 de outubro de 2011

SNS for Sale

"O Ministério da Saúde afirma que o valor das taxas moderadoras não vai ultrapassar um terço do preço pago pelo Serviço Nacional de Saúde por cada acto, mas sem adiantar o montante dos aumentos. Por outro lado, serão mais elevadas nos hospitais do que nos centros de saúde. No caso de uma urgência hospitalar, cujo valor pago pelo SNS é de cerca 150 euros, significa que a taxa moderadora andará sempre abaixo dos 50 euros, quando hoje é de 9,60 euros"                                                      Jornal de Notícias


     
                                                                                  
 Existe o risco de as taxas moderadoras subirem exponencialmente, sendo na verdade não para moderar, mas taxas para financiar. Considerando que será o primeiro passo, novos aumentos poderão existir. Haverá isenção para casais que aufiram menos 1248€, valor que no futuro, certamente, descerá. Será legitimo ao mortal e comum pagador de impostos, pensar se aliado à elevada carga de impostos, ainda tem de pagar uma parte significativa dos serviços de saúde do SNS a que recorre? Concluirá que a sobrecarga é incomportável e ilógica. Vai considerar recorrer ao sistema privado e/ou obter um seguro de saúde. Esta conclusão a que todos chegamos, foi o raciocínio de partida do Ministro Paulo Macedo. Deste modo, os alicerces da privatização SNS estão firmemente lançados. 

As seguradoras e prestadores de serviços a operar na saúde, irão aumentar o seu volume de negócios e margens de lucro, visando a pura lógica de mercado e enriquecimento. Quem tiver bom aporte financeiro terá a saúde que entender. As seguradoras irão cobrir alguns produtos/bens de saúde, dependendo do tipo de seguro e de custos implícitos. Não se pense que esses seguros serão vitalícios ou que serão muito alargados, pois no que diz respeito a despesas elevadas ou pesadas não haverá cobertura, como por exemplo transplantes, oncologia, diálise... Já para não falar de plafonds para internamentos e resistências em celebrar seguros de saúde conforme a idade se avoluma consideravelmente.

O Estado irá manter um SNS limitado, barato para fazer caridade aos excluídos e pobres, para maquilhar a realidade. 

Ainda estamos nos alicerces, a restante construção da "venda" do SNS vão passar-nos à frente (passivamente ou não).

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